segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Entre Tapas e Beijos

Li aqui e acolá que mulheres gostam de tapas. Homens dizendo para homens: "não se intimidem porque elas gostam". Mas, antes de mais nada, vamos começar essa conversa combinando que nem estamos falando de tapas pra valer que aí já é caso de polícia. Estou falando daquele estalo na bunda provocado por um tapinha "inocente". Estou falando do objetivo de excitar e não de machucar.

Não duvido que haja muitas mulheres e homens que gostem. E se tem uma coisa que prezo, é a liberdade de cada um ser o que quer ser e fazer o que quer fazer desde que, obviamente, não prejudique sem subjugue ninguém. Meu lema é: "Combinado, não é Pecado". Mas o que eu quero deixar claro aqui nesse texto é que nem toda mulher gosta de levar uns tapas na cama. Eu, por exemplo, detesto. Um tapa na minha bunda pode me broxar para sempre. Já aconteceu de eu levantar, ir embora e nunca mais voltar, nem atender telefone nem responder mensagem. Então, minha dica aos moços: Devagar... Vai sentindo o terreno. Pergunta. Conversa. Não sai batendo sem mais nem menos porque vc pode quebrar a cara. Já pensou se for uma mulher incrível como eu? Vai acabar ficando triste por me ver fugindo da sua cama, assim, de repente, e nunca mais olhar pra trás.

Reencontro Reincidente


Ele pega meu braço.
Sinto a sua mão na minha pele.
Ondas de prazer se propagam por todo o meu corpo.
Com a mão no meu braço, todo o meu corpo fica à sua mercê.
Com um toque, ele me submete a todas as suas vontades.

Sua mão se aloja entre o ombro e o pescoço.
Ele me segura naquela pressão exata que me derrete.
E derreto.
Meu coração dispara.
Meu corpo fica mole.
Minha cabeça pende.
Minhas emoções borbulham.
Minha pele arrepia. 

Sinto o sangue fluindo pelas minhas veias.
Sinto a pressão entre os meus órgãos.
Sinto meu sexo umedecer.
Sinto a minha carne vibrar.
Sinto minha vulva entumecida, inchada, quente, molhada.

O desejo que me assola é tão denso que ele também não resiste.
Magnetizado pela densidade do meu desejo, ele também naufraga.
Para logo depois,
me esquecer.
Assim que outro rabo se saia aparecer.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sexo é Poesia


Sim, sexo é poesia
Porque busca o encontro
Entre partes que se querem

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Foi no Cinema que tudo Começou

Nossos olhares se cruzaram pela primeira vez numa sala de cinema. Antes do filme começar. O filme foi impactante. A luz se acende, cruzamos olhares novamente: "Forte né?". "É, foi intenso". O segundo encontro de olhares foi no caixa automático de um banco, dentro de um shopping center. “Eu conheço você de algum lugar...”. “É. Já nos vimos antes”. Sorrisos. Mal jeitos. Afastamo-nos lentamente um do outro a pretexto de pagar contas. Mas, inadvertidamente, os olhares novamente se encontram. Ao mesmo tempo: “Como você se chama?”. Risadas. Trocamos telefones.
Não me lembro se ele ligou. Acho que encontrei-o na internet a partir dos dados que ele havia me dado na breve conversa de caixa de banco. Ou aconteceu ao mesmo tempo. Ele me ligou e eu o procurei. Marcamos em um restaurante simpático que não existe mais. Subi as escadas na frente dele. Amarrei as costas do meu vestido com as mãos para trás, em um gesto preciso e suave que ele muito tempo depois ainda recordaria. O vestido era vermelho e também não existe mais. Tomamos vinho. Um dos vinhos mais deliciosos de que minha memória tem recordação. Sul-Africano. Me arrependo de não ter anotado o nome. Demos risada. De repente, ele me taca um beijo. A boca gostosa, sedenta. O beijo só terminou na hora de entrar, cada um no seu carro, em direção ao apartamento dele. O que me fazia fazer aquilo? Fui me perguntando isso durante todo o trajeto. No elevador, ele me agarra novamente. O elevador para e ele me arrasta pelo corredor escuro. Lembro-me nitidamente o efeito que aquele beijo me causou. Com seu corpo, ele empurrava o meu contra a parede. Meu corpo tremia de desejo, de vontade. Minha pele, arrepiada. Gemidos saiam de mim sem que eu tivesse qualquer controle sobre isso. Uma vontade de mais e mais. Ele se esfregava em mim e nos movimentávamos compassadamente ao som de uma música invisível. As mãos dele tentavam explorar meu corpo por cima do vestido vermelho. Sentia-as deslizando em busca do que apertar. Uma pegada forte mas sem machucar. Intensa e interessada. Eu empurrava meu corpo contra o dele na expectativa de encontrar a solidez do seu pau sob as roupas. Enquanto uma mão segurava minha cabeça, a outra apertava minha bunda. Fiquei totalmente entregue. "Pode fazer de mim o que quiser". Foi isso que pensei. Ele abriu a porta. Entramos. 

domingo, 15 de janeiro de 2012

Boquete


Tenho sido muito elogiada por meus boquetes. É! Acho que faço bastante bem. E, vamos combinar... a maior parte dos homens simplesmente ADORA sexo oral. Então, no intuito único de proporcionar mais prazer tanto àqueles que recebem quanto àquela(e)s que fazem, pensei em compartilhar com vocês a minha técnica e assim, quem sabe, ver mais gente feliz no mundo.
Então vamos lá:
Primerissimamente, um bom boquete acontece quando é desejado. Tanto por que faz quanto por quem recebe. Boquete imposto é um porcaria. Até acho possível (e provável) alguém gostar, mas eu, sinceramente, detesto quando um homem começa a empurrar minha cabeça para eu fazer-lhe um boquete. Isso é simplesmente brochante. Aí vai da sensibilidade do rapaz de perceber, de prestar atenção, de pensar em quem está com ele. Um bom boquete acontece quando é espontâneo ou, talvez, insinuado, pedido, gentilmente solicitado...
Devagarzinho, que aumenta a tensão.
Sentir prazer naquilo. Perceber o prazer que está sendo proporcionado ao outro. Chupar com vontade e delicadeza ao mesmo tempo. Como se chuparia uma fruta suculenta ou um sorvete do sabor predileto. Para sentir o gosto do outro. Sentir, com a língua, a textura da pele, as veias sobressaltadas, a rigidez do pau. Explorar as possibilidades... da ponta até a base, ao redor, em baixo e em cima. Perceber quando o outro relaxa e sente prazer e, então, aumentar a intensidade. Uma coisa deliciosa é chupar forte a ponta, formando um vácuo entre a boca e o pau, segurando com a língua, de tal forma que um grude no outro, numa sucção ritmada que aperta na intensidade perfeita para o gozo. Ao mesmo tempo, pode-se segurar firme e delicadamente o resto, bunda, saco... e tudo o mais que estiver pedindo para ser acariciado e tocado.
Muitos homens gozam ainda mais intensa e gostosamente quando enfiamos o dedo no ânus deles. Bem devagarinho, aos pouquinhos, encontrando o ritmo sincronizado entre o movimento da boca, o movimento do corpo do moço e o movimento do dedo. Aumentando o ritmo quando sentir que é isso que o corpo do moço pede. Até que ele possa gozar e você possa sentir o gozo dele na boca (ou não) e no dedo.
Muitos dos homens heterossexuais tem vergonha... essa coisa toda machista que diz que deixar colocar o dedo no ânus é “coisa de veado”*. Enfim... uma bobagem que os fazem abrirem mão de um prazer que só aqueles que se libertam dos preconceitos podem viver. Ei... é claro que não quero aqui dizer que isso é necessário nem obrigatório (nada em sexo deve ser). Mas, se é o que se quer, porque deixar o preconceito atrapalhar?
O prazer está à disposição de quem quer vivê-lo. O encontro entre a boca de um e o pau de outro pode ser um encontro de muito prazer se houver cumplicidade e respeito, descontração e liberação dos preconceitos.
Acima de tudo, o que faz a diferença é exercitar, praticar. Boquete é o tipo de coisa que quanto mais se faz, melhor se faz!

*(por favor, o emprego da palavra veado, aqui, não tem nenhuma conotação homofógica, até porque tenho horror a qualquer tipo de preconceito sexual, religioso, racial, econômico, cultural ou o que quer que seja).

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A Primeira Vez


Em pé, no escuro da garagem
Uma escada
Eu, um ou dois degrau acima dele
Meses de agarração sem fim
Beijos ensandecidos de línguas famintas
Bulinação no cinema
Corpos em esfregação através e apesar das roupas
Gozos adolescentes por baixo das calças
Gozos nas mãos e nas línguas
E, nesse dia, finalmente
Ofegantes
Na escada
Em pé
Eu, um degrau ou dois acima dele, disse:
“entra”
Mais que um pedido
Uma convocação
E ele entrou
E pronto
O resto
Da memória o tempo apagou

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Para Começar

Sexo é inevitável. Sem ele não existiríamos. E é bom. Muito bom. Tão bom que é usado para dominar, subjugar, vender, enriquecer, escravizar e destruir. Na sociedade de consumo, virou mercadoria. Sagrado em tantas culturas, tornou-se banal em outras tantas, inclusive na nossa. Mas se a banalidade trouxe a sensação de liberdade, está claro que não é questão resolvida para a maior para de nós. Em meio a uma internet imersa em lama e podridão sexual (e raros oásis de lucidez e poesia), trago aqui a minha visão e, ao longo do tempo, quem sabe, também, a minha evolução sexual. Histórias, poesias, críticas, análises de textos, filmes e imagens... tentarei traduzir minhas reflexões, sentimentos e sensações sobre isso... que eu simplesmente adoro: Sexo.